Estamos em férias (os que as têm…).
No caso concreto da idade escolar e das actividades desportivas como as do Juventude Ouriense este mês de Agosto é mesmo de férias, de paragem. E – deveria ser – de reflexão. Aliás, a meu ver, todo o tempo deveria ser de reflexão…
Que pode esperar do Juventude Ouriense, particularmente da sua secção de hóquei em patins? Façamos uma retrospectiva. Que os muitos anos que já vivi me permitem trazer como testemunho pessoal. Em brevíssimas notas.
Há mais de meio século, o hóquei era a única modalidade em que Portugal obtinha resultados. Ganhávamos (ou disputávamos os primeiros lugares) Torneios de Montreux, Campeonatos da Europa e do Mundo. Não havia televisão mas a rádio fazia chegar a muito lado os relatos que eram acompanhados com entusiasmo… e patriotismo. Por isso, apareceram, em várias terras afastadas do centro (não havia A1 e mais A, nem Scuts, nem IPs) jovens a quererem imitar, saudavelmente, os Serpas, Emídios, Ciprianos, Raios, Edgares, Jesus Correia, Correia dos Santos. Também em Vila Nova de Ourém. O Clube Atlético Oureense foi o iniciador. Tínhamos alguns jovens com muito jeito, receberem-se alguns reforços dos arredores (Tomar, Torres Novas, Entroncamento) fez-se uma boa equipa que chegou a “dar cartas”, depois acompanhada por uma outra criada por uma associação nova, o Juventude Ouriense, que também chegou a ter um bom nível.
Depois, como muito do que acontece em Ourém, esmoreceram até se apagarem esses tempos áureos. Também nas memórias.
Nos meados dos anos 90 (não estou a pretender fazer História!), houve quem, com muito mérito - e merecido reconhecimento -, tivesse procurado reanimar o JO, por via da patinagem e do hóquei. E foi como que um renascimento de uma velha vocação. Começando pelos mais novos.
Com o apoio de famílias, os miúdos começaram a jogar hóquei, a competir saudavelmente com outras equipas dos arredores, a perder cada vez menos (e por menos…), formando.
Uma equipa de seniores existia, também como o objectivo e corolário da formação, e essa equipa foi-se afirmando, com o apoio de empresas e da autarquia. Apoio sempre procurado e muitas vezes conseguido.
Como testemunho pessoal, no começo do milénio (2001) comecei a acompanhar, por razões de amizade, os “putos do hóquei”, uma equipa de miúdos de pouco mais de 10 anos, que me entusiasmaram pela qualidade do seu jogo, pelos resultados que iam obtendo. E ia vendo, como se fossem “trocos”, os outros escalões. E… sonhando.
Sem saber muito bem como – rasteiras que me pregaram! – vi-me a tomar posições sobre a viabilidade de uma equipa sénior, com uma proposta de extinção por razões orçamentais. Entrei no debate, defendi – como continuo a defender – que, no “serviço público” prestado pela associação, com as suas centenas de praticantes em várias modalidades, tem todo o cabimento, e é-lhe necessária!, uma representação que estimule os mais novos e prestigie a colectividade e a terra.
Assim me vi num grupo dirigente, “com a criança nos braços”, e – surpresa – a partilhar o caminho para a passagem à 1ª divisão nacional de uma equipa que estava para ser extinta. Foi na segunda metade de 2005, com a “subida” em Maio de 2006. Direi que ficou como uma das melhores recordações do tanto tempo por mim vivido. Mas não foi fácil. E por vezes foi desagradável e duro (muitos pontapés tenho levado na vida, e alguns deixam marca…)
Foram 4 anos, dois mandatos de trabalho e experiências muito ricas.
E continuo a sentir-me responsável. E a reflectir sobre o JO. Para alguns passos terei contribuído, mas sei que muitos, quase todos ficaram por dar (como sempre acontece…)
Talvez o que mais me custa não ter conseguido pouco mais que ajudar a iniciar foi o da assumpção de que a colectividade tem de ter fundos próprios que menos a tornem dependente das “ajudas externas”, que os sócios têm de sentir a associação como sua (dá-me tanta tristeza ver as escassas presenças nas assembleias gerais), acabar ou diminuir a subsidio-dependência.
Em teoria, considero que o JO se justifica pela formação (no hóquei e não só), mas que é indispensável a manutenção de uma boa equipa de seniores no hóquei em patins, onde os “putos” se revejam e a que almejem (que alegria ver os juvenis e os juniores de hoje a ascender aos seniores, já hoje ou amanhã!).
Tenho confiança nos que têm hoje responsabilidades dirigentes, mas sei que os tempos estão difíceis e que para amanhã se prevêem piores ainda. No entanto, aprendi – e aprendo todos os dias – que só a luta persistente, insistente, consegue resultados. Gostaria de saber ajudar. E para isso estou sempre disponível. Com todas as minhas limitações.
Carta do repórter x, ou y, ou z
No caso concreto da idade escolar e das actividades desportivas como as do Juventude Ouriense este mês de Agosto é mesmo de férias, de paragem. E – deveria ser – de reflexão. Aliás, a meu ver, todo o tempo deveria ser de reflexão…
Que pode esperar do Juventude Ouriense, particularmente da sua secção de hóquei em patins? Façamos uma retrospectiva. Que os muitos anos que já vivi me permitem trazer como testemunho pessoal. Em brevíssimas notas.
Há mais de meio século, o hóquei era a única modalidade em que Portugal obtinha resultados. Ganhávamos (ou disputávamos os primeiros lugares) Torneios de Montreux, Campeonatos da Europa e do Mundo. Não havia televisão mas a rádio fazia chegar a muito lado os relatos que eram acompanhados com entusiasmo… e patriotismo. Por isso, apareceram, em várias terras afastadas do centro (não havia A1 e mais A, nem Scuts, nem IPs) jovens a quererem imitar, saudavelmente, os Serpas, Emídios, Ciprianos, Raios, Edgares, Jesus Correia, Correia dos Santos. Também em Vila Nova de Ourém. O Clube Atlético Oureense foi o iniciador. Tínhamos alguns jovens com muito jeito, receberem-se alguns reforços dos arredores (Tomar, Torres Novas, Entroncamento) fez-se uma boa equipa que chegou a “dar cartas”, depois acompanhada por uma outra criada por uma associação nova, o Juventude Ouriense, que também chegou a ter um bom nível.
Depois, como muito do que acontece em Ourém, esmoreceram até se apagarem esses tempos áureos. Também nas memórias.
Nos meados dos anos 90 (não estou a pretender fazer História!), houve quem, com muito mérito - e merecido reconhecimento -, tivesse procurado reanimar o JO, por via da patinagem e do hóquei. E foi como que um renascimento de uma velha vocação. Começando pelos mais novos.
Com o apoio de famílias, os miúdos começaram a jogar hóquei, a competir saudavelmente com outras equipas dos arredores, a perder cada vez menos (e por menos…), formando.
Uma equipa de seniores existia, também como o objectivo e corolário da formação, e essa equipa foi-se afirmando, com o apoio de empresas e da autarquia. Apoio sempre procurado e muitas vezes conseguido.
Como testemunho pessoal, no começo do milénio (2001) comecei a acompanhar, por razões de amizade, os “putos do hóquei”, uma equipa de miúdos de pouco mais de 10 anos, que me entusiasmaram pela qualidade do seu jogo, pelos resultados que iam obtendo. E ia vendo, como se fossem “trocos”, os outros escalões. E… sonhando.
Sem saber muito bem como – rasteiras que me pregaram! – vi-me a tomar posições sobre a viabilidade de uma equipa sénior, com uma proposta de extinção por razões orçamentais. Entrei no debate, defendi – como continuo a defender – que, no “serviço público” prestado pela associação, com as suas centenas de praticantes em várias modalidades, tem todo o cabimento, e é-lhe necessária!, uma representação que estimule os mais novos e prestigie a colectividade e a terra.
Assim me vi num grupo dirigente, “com a criança nos braços”, e – surpresa – a partilhar o caminho para a passagem à 1ª divisão nacional de uma equipa que estava para ser extinta. Foi na segunda metade de 2005, com a “subida” em Maio de 2006. Direi que ficou como uma das melhores recordações do tanto tempo por mim vivido. Mas não foi fácil. E por vezes foi desagradável e duro (muitos pontapés tenho levado na vida, e alguns deixam marca…)
Foram 4 anos, dois mandatos de trabalho e experiências muito ricas.
E continuo a sentir-me responsável. E a reflectir sobre o JO. Para alguns passos terei contribuído, mas sei que muitos, quase todos ficaram por dar (como sempre acontece…)
Talvez o que mais me custa não ter conseguido pouco mais que ajudar a iniciar foi o da assumpção de que a colectividade tem de ter fundos próprios que menos a tornem dependente das “ajudas externas”, que os sócios têm de sentir a associação como sua (dá-me tanta tristeza ver as escassas presenças nas assembleias gerais), acabar ou diminuir a subsidio-dependência.
Em teoria, considero que o JO se justifica pela formação (no hóquei e não só), mas que é indispensável a manutenção de uma boa equipa de seniores no hóquei em patins, onde os “putos” se revejam e a que almejem (que alegria ver os juvenis e os juniores de hoje a ascender aos seniores, já hoje ou amanhã!).
Tenho confiança nos que têm hoje responsabilidades dirigentes, mas sei que os tempos estão difíceis e que para amanhã se prevêem piores ainda. No entanto, aprendi – e aprendo todos os dias – que só a luta persistente, insistente, consegue resultados. Gostaria de saber ajudar. E para isso estou sempre disponível. Com todas as minhas limitações.
Carta do repórter x, ou y, ou z
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