terça-feira, 16 de outubro de 2012

Entrevista a Pedro Nobre

À cerca de 10 anos, iniciou o desafio de treinar miúdos no JO, pela mão do Miguel Cunha, na altura treinador da equipa sénior, embora por um período curto de tempo, mas regressou  novamente convidado pela JO para agarrar de novo o projecto da formação, o qual ainda hoje segue com muito orgulho.

JOOK -
Fala-nos um pouco de como foi começar esta "aventura" de ser treinador de Hóquei em Patins. O que te motivou? Onde começaste? Onde sonhas chegar um dia?

Pedro Nobre - Pode-se dizer de facto que era uma aventura, não tinha pensado na possibilidade de poder vir a ser treinador de hoquei patins principalmente com a idade que tinha na altura (22 anos), mas o JO fez-me o convite e não tive como dizer que não, primeiro porque não viro as costas a novos desafios e segundo porque estou sempre pronto a ajudar o meu clube de coração, que me formou como jogador e me proporcionou muitas alegrias. Na altura lembro-me de pensar se teria ou não jeito para ensinar e de certa forma se conseguia lidar com as exigências dos pais. Naturalmente não foi fácil, mas o tempo ensina-nos muito e ainda hoje mesmo continuo em constante aprendizagem. Agarrei na altura um conjunto de miúdos fantásticos que acreditaram no nosso trabalho e fomos crescendo juntos. Não faço grandes projectos para o futuro, limito-me a fazer o meu trabalho no presente e o resto deixo nas mãos do destino.

JOOK - Na presente época, vais treinar a equipa de INFANTIS do Juventude Ouriense, como vês o futuro e quais os objetivos para a presente temporada?

PN - Esta equipa de tenho este ano é talvez, para mim, o maior desafio que já tive como treinador ao longo de muitos anos. È uma equipa que já tive oportunidade de trabalhar com parte  dela na passada época e que tem algumas lacunas básicas. A minha missão principal e único objectivo para esta época, é dar a estes atletas toda a “bagagem” que eu entendo que eles já deveriam ter neste momento. É um trabalho difícil e exigente que não terá sucesso de imediato mas espero ainda esta época apresentar resultados positivos da evolução destes jogadores. Eles acreditam e eu também acredito neles.



JOOK - O campeonato para as cores azuis já começou, até onde podes ir?

PN - Como já disse não estou preocupado com o até onde posso ir. Não é esse objectivo desta época. A evolução desta equipa este ano, é que me vai dizer até onde chegámos. Queremos apenas chegar ao final do jogo e sentir que nada mais podíamos ter feito, com uma sensação de dever comprido.

JOOK - A Juventude Ouriense está a sofrer uma importante estruturação para o futuro do clube, como estas a ver essa estruturação, bem como a presença de um coordenador na formação?

PN - Era de facto muito importante proceder-se a esta reestruturação, já á algum tempo que se falava e se tomavam notas de situações a corrigir no futuro, mas que se iam adiando por inúmeras razões. Este ano com a existência de um coordenador na formação tornou-se mais fácil esta reestruturação, onde de facto o Gonçalo tem desempenhado um ótimo trabalho com toda a sua experiência  e bagagem que traz de um clube modelo que é o Turquel. É importante ter-se o JO bem organizado, pois isto tem repercussões a vários níveis, quer na forma como os pais olham para o clube, quer pela forma como os atletas sentem o clube.


JOOK -  Todos nós sabemos que o Hóquei em Patins já viveu "melhores dias", nomeadamente ao nível da sua promoção e divulgação. O que pensas que faz falta ao Hóquei em Patins Nacional para voltarmos a andar "na boca do mundo?

PN -  O Hóquei Nacional não anda por bons caminhos e penso que aqui talvez a nossa federação devesse defender mais a nossa dama, tentando que se conseguisse passar mais jogos em directo na televisão. Há falta de promoção do hóquei patins, e o trabalho de divulgação dos clubes não têm chegado. Temos excelentes clubes na pratica do hoquei patins, uma excelente selecção que tão bem nos tem representado e não somos reconhecidos Aqui talvez o pelouro do desporto também devesse definir melhor as prioridades das modalidades a apoiar. O hóquei patins talvez seja a modalidade com mais história em termos desportivos do nosso país, não convém esquecer isso.



JOOK -  Terás a teu cargo também a iniciação bem como toda a responsabilidade da mesma, como estás a ver e a sentir a responsabilidade desse cargo? E quais os objetivos que te propuseram?

PN - Foi mais uma questão formal, no fundo já era o trabalho que tenho vindo a fazer e que tem sido muito difícil porque a captação nunca corre como queremos. Estamos cada vez mais a apostar na formação para poder alimentar a equipa sénior no futuro com bastante qualidade. Com o estado económico em que se encontra o país, não faz sentido gastar-se dinheiro com contratações. Em termos de objectivos neste campo da iniciação o que se pretende é conseguir captar o maior número de atletas para a modalidade e dar a estas crianças o prazer de divertirem e evoluírem enquanto jogadores e pessoas, com o Hóquei Patins.



JOOK -  Este ano, o Juventude volta a ter a equipa sénior, qual a tua perspetiva para o regresso do escalão máximo à cidade de Oureana?

PN - Não podia estar mais contente pelo regresso deste escalão. Por várias razões, muitos destes miúdos que integram hoje esta equipa começaram comigo, fico contente ver que eles conseguiram aqui chegar, em segundo por ver colegas meus do tempo em que eu jogava hoquei a darem aqui uma mãozinha. Temos uma excelente equipa, recheada de muito valor capaz de disputar pelo melhor resultado.


JOOK - Em termos genéricos… o hóquei em patins tem futuro, na cidade de Ourém em geral e no Juventude Ouriense em Particular?

PN -
Ourém sempre teve tradição no Hóquei Patins, tenho pena de actualmente Ourém não respirar Hóquei Patins, mas tenho a certeza de que com o excelente trabalho que se está a fazer na Juventude Ouriense, vamos conseguir nos impôr novamente como o desporto rei na cidade de Ourém.



JOOK - 
Quem são os teus treinadores referência? Aqueles que de certo modo te influenciaram e te marcaram (positiva e negativamente) um pouco e que hoje em dia marcam a tua personalidade enquanto treinador?


PN - Tal como na nossa vida social, no desporto também temos sempre alguém com quem nos identificamos, que nos influencia. Eu tive um treinador que lhe reconheço muito mérito enquanto esteve na Juventude e que no fundo serviu-me de modelo. O Miguel Cunha é sem dúvida o tipo de treinador que eu decidi seguir pelo espírito de equipa que sempre conseguiu impor nas equipas do JO, sempre tivemos equipas que davam tudo por tudo no hóquei com um sistema de jogo simples, objectivo mas sempre muito eficaz e a nossa história prova isso mesmo. Aproveito para agradecer ao Miguel tudo o que me ensinou e a boa influência que teve em mim.

JOOK -  Qual a tua opinião acerca do blogue JOOK?

PN -  Fico contente com o trabalho que tens feito na divulgação não só da modalidade como, e principalmente, do GRANDE JUVENTUDE OURIENSE. Tem sido sem dúvida uma grande mais valia para não só o nosso hóquei  em particular como para o hóquei em geral que precisa de mais protagonismo.


JOOK -  Espaço aberto para descreveres o que te vai na alma enquanto adepto de hóquei em patins em geral e do Juventude Ouriense em Particular…

PN - 
Obrigado pela oportunidade de falar um pouco sobre o meu clube de coração. Desejo que este Clube perdure por muitos anos e continue a escrever história como tem vindo a fazer.
Aproveito para incentivar todos os Ourienses a aparecerem não só a ver todos os nossos jogos no fim de semana que reflectem o nosso trabalho semanal, bem como a convencerem aquelas crianças que a partir dos 4 anos aparecerem nos nossos treinos de captação ás terças das 18h30 ás 19h30 e aos sábados das 10h30 ás 12h00. Fiquem atentos ás nossas campanhas de divulgação, vão haver muitas surpresas para os “pequenotes”.

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